sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Valeram a pena os cinco marqueses de vinho tinto

Foi com enorme descontração que comentei com um grande amigo que, há duas noites atrás, tinha tido uma noite memorável. Não lho disse desta forma, mas sim algo do género: « Vê lá, anteontem, cheguei a casa animada, jantei e bebi um resto de uma garrafa de «Outeiro de Águia»... e quando dei conta, decidi abrir um «Terras da Ervideira», pus-me a ouvir Jorge Palma e a criar um blogue... só quando me levantei é que dei conta que, sem querer, tinha bebido uma garrafa e meio de vinho tinto... » É claro que ele disse qualquer coisa que devia significar « lolito» e o que é certo é que, ao ouvir a minha história, para ele foi como aquele anúncio da whiskas: «Napoleãão, blablablablabla whiskas saquetas»... O que para ele foi » blablablablabla criar um blog». Perguntou-me qual era e, apesar de não interessar a ningúem e ser algo meio secreto, não tive dúvidas em partilhar.

Afinal, quando se tem um amigo há 11 anos, que o vai sendo, mais distante ou mais longe, de forma sempre presente ( AINDA BEM QUE HÁ O VODAFONE EXTREME), quem melhor para compreender o que eu tinha aqui escrito...

Mas a minha satisfação, na altura, ficou por aí. No entanto, após ter lido o comentário que ele deixou, só posso pensar que, por vezes, penso mesmo egoistamente. Todos sabem ( ou não?!!) que comportamento gera comportamento - a primeira vez que ouvi isto bibliograficamente, deveu-se ao pior professor que tive na minha vida, Sr. Rui Rufino, professor de psicossociologia e SIM, ESTOU A ESCREVER ISTO PARA O QUEIMAR PORQUE ERA MESMO DO PIORIO- e ao expandir algo de mim como acabei por fazer na noite em que após ter acabado de escrever no blogue ( a prova é quando eu digo que vou beber o meu Outeiro da Águia) bebi os cinco marqueses de vinho tinto ( à antigamente), foi um pouco como se abrisse as portas da percepção - eu pago os direitos de autor-... não só as minhas, mas também as dele. Ele também pode vir para aqui delirar à vontade. Este é o verdadeiro espaço para ti também. Aparece que és bem vindo.





Ao pensar agora na forma como apelidei a noite em que criei o blog ( memorável) acabei por me lembrar que este talvez já esteja a dar os seus frutos. No fundo o que fiz há duas noites atrás, não foi mais do que passar tempo de qualidade comigo mesma... coisa que já tinha saudades de ter pica suficiente para fazer. OH GOD!!!IT'S NICE TO BE COMING BACK. Quem sabe se, numa questão de dias, não começam a ser novamente os meus pontos proritários ver que tipo de azul tem o céu hoje, ou que flores deitarão aquele cheiro...

Em relação a cheiros de flores há dois que são como uma coisa entranhada em mim. Cada vez que os sinto, transportam-me, não para momentos exactos... talvez para «eras da minha vida»... não lembro momentos, mas sim estados de espírito e sensações. As duas flores são camélias e as outras não me perdoo de não me lembrar agora o nome... Eram as flores que a minha avó tinha. Também eram flores com que a minha mãe e a minha tiazinha enfeitaram muitas vezes a campa da mesma avó. Eram simples. E a sua beleza não é propriamente da sua forma... não são ordinariamente bonitas... Têm aquela beleza do género «wabi sabi»--- quem não souber o que é, vá ver ao dicionário-. São lindas. são como uma versão rústica de flores, cor de rosa estranho, com algumas partezinhas brancas. A primeira vez que dei conta que o cheiro dessas flores me causava isso foi um marasmo tão grande de sensações que andei dois kms na cidade onde estudei, a caminhar com lágrimas a cairem-me pela cara abaixo, como se quem passasse fosse migalhas do universo.

Não ia a chorar, ia saudosista e as lágrimas eram tipo um prémio.

Cheguei agora à conclusão que, a esse tipo de reacção psíquica e biológica, muitos anos mais tarde dei o nome de « chorar ao contrário». Foi um dia, quando estava com o rapaz que tive a sorte de encontrar.. sim, aquele com quem hei-de estar até sermos os dois velhinhos. Foi no início que eu chorei ao contrário ao pé dele... impossível haver uma extase tão grandes de sensações vindas só de amor, encanto, plenitude, esperança. Para ajudar ainda havia magnum pepperoncino...para quem não sabe são uns chocolates que vÊm numa caixinha pequenina e que têm chili pepper. São bons, mas nunca serão deliciosos como nesse dia.Não há dúvida que as sensações são mais geniais quando dilatam as demonstrações físicas da alegria. Quando estiverem felizes, concentrem-se no estado do vosso organismo... se conseguirem identificar as suas mudanças internas... é fantástico porque depois conseguimos associá-las a cada vez mais coisas e parece que há sempre um sorriso esboçado na nossa cara.

Lamento muito ter nomeado o meu amor como « o rapaz que tive a sorte de encontar». Foi muito pobre da minha parte, estive pelo menos dois minutos e meio a pensar e não sabia como descrever a pessoa que sei que me conheceu em pleno, tal como eu a ele... do género de ele ser para mim «este blogue» e eu o blogue dele. ... Eu sei deveras que o vou amar sempre. Espero que enquanto escrevemos os capítulos de um livro que já sabíamos que ia ser muito comprido, saibamos dar um bom desfecho aos capítulos maus e horríveis para alcançar o nosso oásis. A nossa cabana à beira mar.

Já vivemos melhores dias, é verdade, mas este blogue é de mim, com o meu cérebro em modo «alfa», ou seja, não estou aqui para falar do incompreensível que é o amor ou o modo como cada um o manifesta... nem tão pouco como a ausência dói, o desprezo magoa ou essas coisinhas... estou aqui para falar com coerência... e a minha coerência diz-me que, apesar de ser possível que o universo me troque as voltas, eu acredito que o que tem que ser há-de ser. E não há-de ser por orgulhos que não acontece... O universo não conspira só para o mal... basta querer que quando eu quero muito uma coisa, o universo inteiro conspira para que ela aconteça. Porque também não desejo impossíveis ou em vão. A minha força move montanhas.

Isto foi narcísico, é uma forma de me puxar ainda mais. No entanto, isso não acontece só comigo, de certeza. Basta a qualquer ter garra e acreditar nas coisas certas.

Se ao menos eu estivesse sempre no modo alfa...

Para o meu amor, um abraço daqueles quentes-morninhos que enchem a alma e aconchegam o coração.





Hoje deviam ter aparecido «duas luas no céu». Pedi-te para lhes tirares fotografias... perpetuar o que eu ia ver e , mais tarde, vÊ-lo pelos teus olhos, pela tua objectiva...

Ainda bem que o fiz... à hora certa, o céu aqui na cidade do mundo onde me encontro, ficou nubladíssimo... acho que vou mesmo ter que ver pela tua perspectiva, num sítio bem mais azul, bem mais ao sul.



E por hoje é tudo, daqui, do sofá do meu pai.



Um pensamento que ouvi num filme qualquer estranho com a Meg Ryan:



« Quero fazer contigo o que fazem as cerejas maduras»





-------------------Vai-se lá saber o que é...-----------------------------------------------------







P.S.-> Goivos!!! As flores chamam-se goivos.*********************************************

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